Zero residuos no enchimento sanitário
Um dos temas mais importantes da nossa indústria é o do ‘Lixo Zero no aterro’, tema ministrado por Griscelda Ramos, da empresa Natura, no último Seminário de Sustentabilidade e Economia Circular do IMAAC. Lá ele mencionou conceitos muito importantes para alcançar o desa o que todas as empresas têm de eliminar o desperdício e a poluição do sistema, pois a economia circular não é apenas reciclar. Vai muito mais longe.
ÍNDICE:
1 Visão de sustentabilidade 2050 2 Por que falar de desperdício? 3 Política de Gestão de
4 Resíduos
– Conceitos
– Fluxo de resíduos
– O que geramos
– O destino
– Papéis e responsabilidades
1. VISÃO DE SUSTENTABILIDADE
Temos que ser geradores de um impacto positivo, econômico, social, ambiental e cultural, entregando valor para toda a nossa rede de relacionamentos, em todos os negócios, marcas e geogra as em que atuamos através de nossos produtos, serviços e canais de marketing.
Uma visão de sustentabilidade tem muito a ver com o impacto econômico. que estamos gerando, mas também como conscientizamos o consumidor, e isso vem muito mais da parte da consciência e vocação para o consumidor. Estamos comprometidos em gerar esse impacto positivo através de nossos consultores, nossos produtos e nossos vendedores.
Cada vez falamos principalmente do plástico, no entanto, também temos muitos tipos de resíduos que não são desse material. Na empresa Natura, você tem uma das três causas que têm mais a ver com beleza com menos desperdício. Como geramos a venda de produtos de beleza gerando muito menos desperdício. Este é um número que a ONU já gerou e que todos saberão, que em 2050 haverá mais plástico do que peixes no mar.
2. POR QUE FALAR SOBRE DESPERDÍCIO?
Existem dados importantes que além da indústria em que devemos nos preocupar, é que hoje em nosso corpo já temos o plástico que corresponde ao tamanho de um cartão de crédito. Todos nós temos plástico em nosso sistema porque para qualquer coisa nós o consumimos. Então, hoje, o grande desa o é que nós, como consumidores, o que estamos fazendo?
Em algum momento pensamos quanto tempo um saco plástico vai durar no mundo. Não sabemos se 200 anos, mas se vai durar mais do que nossa vida, vai nos afetar. Então temos que começar a conscientizar de casa. Quando falamos de educação, começa em casa e não na escola. Vamos começar a conscientizar sobre o que fazemos em casa, o que fazemos em nossas próprias empresas, o que cada um faz. Além do que um governo que tem muito a fazer, a sociedade também tem muito o que fazer.
Onde estamos quando falamos de consciência?
Retrato do desperdício
O destino do ‘perigoso’ é um grande ponto de atenção.
Hoje o plástico é o grande vilão e todos nós o demonizamos. O problema é o que fazemos com tudo o que consumimos e o que pedimos às empresas para poderem comprar. Temos um retrato do lixo e em todos os lugares vimos coisas horríveis.
De repente vemos lixo, mas não só isso, também vemos pobreza. Às vezes você vê uma sociedade que não se importa com o que você vê, que às vezes pensamos que tirar o lixo de casa desaparece. Mas a realidade é que ninguém o toma, ele ca aqui na terra e hoje não nos tornamos conscientes de que o lixo ainda está lá e que se não conseguimos e alguém não for pago para fazê-lo , o lixo vai se tornar ou já se tornou o nosso grande problema e isso acontece mais na América Latina porque a Europa já tomou muitas ações.
Em geral, não é apenas um problema ambiental, mas também um problema social. É um problema que temos e que não estamos mais vendo e que foi gerado por conveniência. Plástico é o problema, mas há mil coisas que geram desperdício. Pelo número de pessoas que já somos, e quando consumimos.
Nós não começamos a pensar na quantidade de comida que jogamos fora em casa e isso é que o problema não é que nós jogamos fora, mas que estamos criando um problema para o mundo porque gera gases em aterros sanitários. A maioria deles já passou por esses aterros na estação chuvosa e cheira muito mal, isso é por causa de todo o lixo orgânico que não sabemos como descartar.
Em geral falamos de plástico, mas falamos de todo o lixo que não sabemos como gerenciar.
3. POLÍTICA DE GESTÃO DE RESÍDUOS
A Natura passou a trabalhar com a política de gestão de resíduos e dentro dessa política a empresa se comprometeu a cumprir a legislação em países que já tinham, como Chile e Colômbia. Desde o ano passado, a Natura diz que não importa se o país pede ou não. Devemos ser consistentes com quem somos, então começamos a gerenciá-lo com uma política de gestão de resíduos, mesmo que eles não nos peçam. Já existe um avanço, ainda que não tenha sido fácil, pois se não há colaboração com outras empresas, se não há colaboração com um fornecedor, se não há colaboração com o governo, estou com boas intenções ou a um custo alto. Porque se não houver mais ou alguém que queira fazer isso, eu vou ter di culdade em fazêlo.
É isso que queremos, assumir a responsabilidade pela gestão de nossos resíduos sólidos gerados em nossos sites de distribuição e vamos in uenciar nossos fornecedores e os locais onde a comercialização de todos os nossos produtos é realizada.
O que é que nós queremos?
1. Ser um modelo de referência na gestão e destinação de resíduos de nossos locais, garantindo rastreabilidade.
A rastreabilidade custa muito tê-lo no México porque os fornecedores com quem trabalhamos são informados de que eles os pegam no ponto A ou B. Que passo passou antes do ponto A ou depois do ponto B – não, nós nos importamos, e não há rastreabilidade. Por isso, precisamos nos ajudar a gerenciar a rastreabilidade com fornecedores também.
2. Reduziremos gradualmente a geração relativa de resíduos, em toda a nossa cadeia de valor. Porque hoje não precisamos apenas ver como reciclamos ou trabalhamos os resíduos que geramos. O grande desa o não é mais isso. Isso foi há 5 ou 10 anos. O grande desa o hoje é como eu gero menos lixo. Como faço para não gerar mais lixo. Toda vez que comemos ou usamos uma coisa, continuamos a gerar desperdício. Quanto mais lixo gerarmos, mais poluição teremos.
3. Buscaremos transformar nossos resíduos em recursos para outros processos produtivos, aplicando os princípios da Economia Circular e, assim, adicionando mais valor a esses materiais. Este é um novo termo, mas de repente todos dizem: «Bem, eu já estou cortando e já sou uma economia circular.» Reciclagem não é economia circular.
Economia circular é de quando você pensa em um produto, devemos saber o que você vai fazer com ele quando ele não funciona mais. Como vamos reintegrá-lo em nossa cadeia de valor e nem todos pensamos nisso. Em muitos casos não há economia circular, e em geral não só nos produtos, mas nos processos que temos, com nossos ativos e com tudo que geramos. Vamos começar a pensar diferente e isso não signi ca dizer: «Continuamos a usar nossos mesmos ingredientes.» Não, não estou.
Precisamos repensar um pouco sobre as coisas que fazemos e fazê-lo signi car mudar para um lugar diferente para obter resultados diferentes. Não estar no mesmo lugar que já estamos.
Vamos começar a aplicar Economia Circular e para isso todos temos que entender o que é. Vamos treinar, investigamos um pouco mais para entender os princípios dessa estratégia para reduzir o desperdício com sucesso.
Fluxo de resíduos
O que fazemos hoje para gerar lixo zero em nosso centro de distribuição.
O que geramos
O destino
• A valorização e a reciclagem devem ocorrer preferencialmente através da venda dos materiais pela Natura.
• Qualquer forma de destino não descrita na pirâmide deve ser aprovada pela Gerência Ambiental.
• Nos locais operados por terceiros, o contrato com o operador deve incluir atividades de inventário, separação e correta armazenagem de resíduos.
• Todos os fornecedores envolvidos na gestão de resíduos devem ser aprovados e garantir a rastreabilidade dos resíduos até o seu destino nal, o que deve ser veri cado por um certi cado.
• A equipe local de O&L deve visitar todos os fornecedores e aprender sobre seu processo no local. • Para perdas e sobras é necessário garantir a descaracterização, além do destino correto.
Papéis e responsabilidades
Ambiente:
• Execute a gestão de resíduos, garanta a conformidade. • Realiza monitoramento e gestão ambiental. In uencie, apoie e execute projetos.
• Guardião de políticas, regras, procedimentos e é para a gestão de resíduos.
• Apoia o funcionamento de CDs* e espaços com monitoramento e orientação sobre prazos de cumprimento e condições para legislação ambiental e/ ou licenças.
Sustentabilidade:
• Diretrizes ou metas socioambientais, in uenciem e monitorem o desempenho geral da Natura.
• Propõe, revisa e/ou valida políticas de gestão global de resíduos e suas conexões com outras frentes de sustentabilidade.
Coordenador de Ações
• Monitorar a operação de resíduos realizada por terceiros em CDs em conformidade com políticas, regras, procedimentos e Is estabelecidos.
• Ser um ponto focal para a área de Meio Ambiente no relatório de informações e planos de ação.
• Implementar/apoiar projetos de resíduos e planos de ação.
Escolhendo Gerente e Coordenador
• Garantir a conformidade na operação de resíduos em CDs.
• Apoiar a área do Meio Ambiente na implantação do sistema de Gestão Ambiental.
• Monitorar projetos e planos de ação com resíduos em CDs.
Como eu deveria ver o lixo? Não é lixo se dermos um valor. No nal do dia, o grande poder de tudo isso se torna lixo e tudo acaba em um aterro sanitário e isso tem que ser um grande compromisso para todos, que o lixo que geramos não acabe em um aterro sanitário e que façamos um processo para que possamos realmente, além do dinheiro, um impacto ambiental e social muito menor.
* Compliance: trata-se de um conjunto de procedimentos e melhores práticas adotados pelas organizações para identi car e classi car os riscos operacionais e legais que enfrentam e estabelecer mecanismos internos de prevenção, gestão, controle e resposta a eles. www.worldcomplianceassociation.com
* Picking: é o processo de coleta de material extraindo unidades ou conjuntos embalados de uma unidade de embalagem mais alta que contém mais unidades do que as extraídas.
* CDs: Centros de distribuiçã