Presente e oportunidades dos alimentos em aerossol — segunda parte
Óleo de cozinha em aerossol
O óleo em aerossol, mais conhecido como PAM, foi inventado em 1956. A história conta que Leon Rubin (nutricionista) entrou no escritório dos executivos de compras de uma empresa fabricante de aerossóis com uma frigideira elétrica, fatias de queijo e ovos para expor sua ideia. Porém ninguém estava interessado.
Leon pediu dinheiro emprestado ao melhor amigo do seu pai e patenteou o seu desenvolvimento, em 1957, criando, assim, a Gibraltar Industries, na cidade de Chicago.
A fórmula era simples: 2% de um derivado de lecitina e 98% de propelente de clorofluorcarbono. Ele o chamou de PAM, um nome agora famoso que sobrevive há mais de 56 anos.
Em 1974, quando a exclusividade da patente da PAM expirou, outras empresas se apressaram para participar da expansão do mercado. As marcas mais populares foram Mazola, da CPC; Crisco, da P&G, e outros aerossóis da Weight Watchers. Atualmente, existem em torno de 86 marcas só nos Estados Unidos. Mas a PAM continua sendo a maior, apesar de que atualmente a marca é propriedade da ConAgra Foods, e sua fórmula é completamente diferente.
Hoje a ConAgra conta com cinco produtos afins: aerossol com óleo de canola, de oliva, manteiga, farinha de trigo e um tipo resistente a altas temperaturas para ser usado em grelhas. Uma das grandes vantagens de todos esses produtos é que eles reduzem consideravelmente a ingestão de calorias.
Isso é claramente destacado na fórmula da PAM, em que são utilizadas de 1 a 4 calorias para untar uma frigideira, enquanto que o uso de óleos ou manteiga vegetal apresentados em outro tipo de embalagens adiciona mais de 100 calorias e, embora também sejam para untar, são menos eficientes.
Com uma pequena porção, o óleo em aerossol cumpre seu objetivo: com 1/4 de segundo de pulverização, o número de calorias por porção torna-se essencialmente zero. As quantidades de colesterol e outros sete produtos alimentícios (considerados prejudiciais) também são classificados como zero.
Na maioria dos Estados Unidos, 75% do óleo vegetal é consumido em aerossóis, que contêm em torno de 675 calorias por cada 100 gramas; portanto, o uso de uma pequena porção com um alto conteúdo calórico é imperceptível.
Fórmula do óleo em aerossol
A fórmula do modelo para o óleo em aerossol contém uma pequena quantidade de água deionizada, desenhada para unir os grupos carboxílicos (-COOH) dos principais ingredientes, como a lecitina, o que previne a formação de uma leve espuma que, de outro modo, seria produzida.
Por outro lado, a dupla composta por Clapp-Torrey patenteou, nos Estados Unidos, uma fórmula que contém dimetil éter, etanol e outros aditivos cujo efeito é similar. Na fórmula, também se indica o uso de 21% de propelente isobutano.
Essa quantidade de gás propelente indicada é a preferida para fabricar este tipo de aerossóis, porém, nos EUA, a autoridade que representa o Comitê dos Recursos do Ar, na Califórnia, (California Air Resources Board) determinou que a fórmula do óleo de cozina não pode conter mais do que 18% de Compostos Voláteis Orgânicos (COVs/Volatile Organic Compounds/VOCs) nos seus ingredientes, limitando o gás hidrocarboneto. Também determinou uma redução adicional para 16%, apesar das objeções das empresas afetadas.
Por outro lado, no México, é permitido usar 21% de gás propelente; e até 25% nos aerossóis para levar ao forno, que contêm, normalmente, 10% ou mais de farinha.
Para uma boa figura
Nos EUA, a maior fonte de obesidade são os restaurantes. Quase todos servem em torno de 50% a mais de comida e adicionam grandes quantidades de óleo de cozina para melhorar o seu sabor.
Uma vantagem importante dos óleos em aerossol é que ele ajuda as pessoas a perderem peso e se manterem saudáveis. Cerca de 60% dos norte-americanos têm sobrepeso, e de 10% a 20% são obesos. Usando óleo em aerossol, é possível reduzir significativamente o consumo de calorias, o que leva a uma perda de peso. Outras das vantagens do óleo em aerossol é que, se for utilizado uma vez por dia durante um ano, em vez de manteiga ou óleo em outros tipos de embalagem, garante uma redução de 43 mil calorias, equivalente a cerca de 7 quilogramas.
Informação do rótulo de óleo em aerossol |
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Formulação moderna do óleo em aerossol | |
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Derivado de lecitina |
6,50%
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Óleo de milho (ou óleo de soja) |
71%
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Sabor natural de manteiga |
0,10%
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Corante manteiga natural |
0,10%
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Água deionizada |
1,30%
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Isobutano (A-31) |
21%
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